20.12.05
Futebol e outras amenidades
Acordei aos gritos de "É tetra!" do Galvão, mas era apenas o primeiro gol.
Até aí, nada demais, tava meio óbvio que o São Paulo ganharia o primeiro jogo, e que o Galvão é um idiota que elogia até o desempenho do rei Pelé.
O estranho foi ver que, em muitos anos, era...[pensa um pouco, coça a cabeça] sei lá, talvez a terceira vez na vida que eu estava realmente torcendo por um time em que eu não jogo, e não apenas torcendo contra um time que eu não goste.
Mas torcer mesmo, sabe? De comemorar quando faz um gol, sair gritando pela casa acordando todo mundo, soltar foguetes pra acordar também os vizinhos.
[silêncio por um instante, reflete um pouco]
...
Tá, talvez eu tenha apenas comemorado em silêncio, de debaixo das cobertas mesmo.[pensa mais um pouco. Parece distante]
Não sei ao certo se em 92 ou 93, mas foi em uma dessas finais que comecei de fato a gostar de futebol e a ficar acordado até tarde para assistir jogos decisivos.
Não sei ao certo quando parei de me considerar um torcedor, e me tornei apenas um apreciador do futebol.
É estranho como uma situação relativamente besta se repete e traz de volta algo que há muito eu não via em mim: entusiasmo.
Agora vamos lá, todos juntos:
"Vamos todos cantar de coração..."?
Ou seria "Até a pé nós..."?
Ou ainda "Salve o Liverpool do Galvão Bueno..."?
Crianças, a piscina está livre!
Coisas que eu já sabia:
- que o eric Zé iria postar antes de mim;
- que eu iria postar sobre isso mesmo assim;
- que o São Paulo não ia "dar uma de zé"[desculpa Zé, força de expressão];
- que eu ia fazer ao menos um trocadilho tosco;
- que quase ninguém iria entender um dos trocadilhos toscos;
- e que time que joga de salto alto tem varizes.
Mas eu não sabia ou nem sei ainda:
- se o Mineiro é Mineiro porque é de minas, ou porque trabalhava em uma;
- cantar o tal hino do Liverpool e/ou do América Mineiro;
- se vou presenciar outro jogo em que vou torcer com entusiasmo.
Num jogo em que um mineiro salva a pátria, junto com um uruguaio e um goleiro que imagino ser paulista, temos um exemplo do que é a globalização.
O que eu quero com isso? Nada, só dizer que somos Tri.
Porque afinal, ser Bi nesse mundo moderno é um tanto suspeito.
Escalação
Eric joga imbuído seguindo as ordens do professor e espera sair com os 3 pontos. Torce pro único tricampeão das Américas e tem a mesma aversão ao Corinthians que o Cascão tem a água.
O Imperador Júlio César é corinthiano apostólico romano. Confessa que já teve uma camisa do Ezequiel e foto autografada pelo Viola. Craque mesmo, ele nunca viu de perto. Tem três pontes de safena e cinco marcapassos. Já desmentiu em 37 CPI's a suposta compra do Brasileirão de 2005 por Kia Joora alguma coisa. Argumento: "o cara tem nome de carro coreano, mano deputado!"
Marinita joga futebol e não é sapatão. Sabe correr, contrariando a teoria de Pedro. Mora em Belo Horizonte e torce fervorosamente pro Clube Atlético Mineiro. Não desiste nunca e, pelo visto, tem coração bem forte.
Pedro Bó é são paulino, apesar de mineiro, e deve ter escolhido essa vida única e exclusivamente pra atormentar a vida do Zé. Tem fé em Deus e em Diego Lugano de que será tricampeão mundial em dezembro.
Tiago vem dos pampas e é colorado desde guri. Não agüenta mais ser garfado pela arbitragem e se considera o campeão moral do Campeonato Brasileiro de 2005.
Zé Dend'água é um sujeito pequeno, besta e mineiro, não necessariamente nessa ordem. Cruzeirense desde pequeno, tem nas horas vagas o prazer de comemorar títulos e zoar são paulinos e atleticanos, novamente não necessariamente nessa ordem.
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